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Denúncia de irregularidade no processo eleitoral de
2010 marca sessão do Conselho Deliberativo do Fluminense

Segundo o teor da denúncia, erro na contagem dos votos tirou da chapa perdedora 15 cadeiras no CDel

Em ano de eleição, o Fluminense costuma viver intensamente o clima político. As forças começam a se movimentar e colocar a prova suas estratégias. Quem é oposição se apropria das pedras e quem é da situação tenta defender as vidraças. Tudo isso já acontece em 2013.

Após apresentar um documento ao Conselho Deliberativo cobrando uma série de questões "delicadas" para a gestão Peter Siemsen, reunindo 64 perguntas sobre "coisas que se comentam nos corredores do clube", o Benemérito Marcos Furtado disparou um torpedo contra a embarcação situacionista.

Ele recebeu em sua casa, aparentemente de um anônimo, uma caixa com todas as cédulas da eleição de 2010. Tomou, segundo o mesmo duas medidas em sequencia. A primeira foi procurar um tabelião, que refez a contagem das cédulas. Constatado que estava diante de uma fraude, ou um erro de contagem, que teria mudado a configuração do Conselho Deliberativo, Furtado registrou queixa na 9a DP.

 

Os números

O passo seguinte foi levar, na noite de hoje, a questão ao CDel. Trata-se de 36 votos destinados à chapa perdedora, a Transforma Flu, do Secretário de Estado do Rio de Janeiro, Julio Bueno, que teriam sido contados a favor da Chapa Novo Fluminense, do atual presidente, Peter Siemsen. Esse pequeno erro de contagem, num universo de mais de 2,5 mil votos, teria mudado a formação do Conselho. Caso computados para a chapa correta, a que teria recebido os votos, a distribuição das 150 cadeiras teria ficado diferente. Como obteve mais que o dobro da chapa perdedora, o Novo Fluminense conquistou todos os 150 lugares, como reza no Estatuto do clube. Mas isso, alega a agora oposição, graças aos 36 votos contados para o lado contrário, que, fossem contados para a chapa que os recebeu, teria garantido à mesma 15 lugares no conselho. Pela contagem oficial, a chapa vencedora teve 68 votos além do dobro da chapa perdedora. Caso invertidos os 36 votos em questão, essa diferença seria de -4 votos, que garantiriam as quinze cadeiras para a chapa perdedora.

Eleição teve acompanhamento do MP

A questão mais curiosa em tudo isso é que o grupo acusado pelos oposicionistas de supostamente ter fraudado o pleito, a Flusócio, foi justamente o responsável pela presença do Ministério Público acompanhando a eleição exatamente para evitar que as fraudes ocorressem. Tendo ocorrido a fraude, a mesma teria ocorrido embaixo das barbas dos representantes do Ministério Público. O grupo, na ocasião, temia pela lisura do processo, devido, entre outros motivos, a existência de centenas de sócios, entre os aptos a votar, que já não estavam mais entre os vivos.

Os oposicionistas reivindicam as quinze cadeiras perdidas no Conselho, porém, como o caso deve ser alvo de investigação e inquérito policial, há muita água para rolar até novembro, quando se dará o novo pleito.

A atual direção anunciou que não comentará o caso e reputou a situação como "ridícula".

Fonte: Blog O`TRICOLOR.COM