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Atleta de tiro é cortada e perde Pan e Olimpíadas por conta de erro da CBTE

Cibele Breide está fora dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara. A atleta de tiro esportivo foi cortada pela Confederação Brasileiro de Tiro Esportivo (CBTE) após ficar abaixo das colegas brasileiras em uma competição realizada no Chile, no último fim de semana. Ao contrário do que se poderia imaginar, a decisão não envolveu o estouro do limite de atletas da competição, mas sim um erro dos cartolas brasileiros.


Desde semana passada, a Organização Desportiva Pan-Americana (Odepa) colocou em xeque algumas vagas na delegação brasileira por conta do excesso de atletas na Vila Pan-Americana. No caso do tiro, no entanto, o problema foi na interpretação do regulamento. O Brasil entendeu que teria direito a quatro vagas nas competições de pistola, mas teria apenas três e teve de descartar uma competidora em cima da hora.

A CBTE não confirma o erro, mas o COB informa que houve um problema na inscrição que não tem a ver com o estouro do limite de atletas. Consultada pelo UOL Esporte, Cibele Breide disse que a justificativa apresentada foi um equívoco na interpretação do regulamento.

Cibele e outras três atletas (Ana Luiza Ferrão, Raquel Silveira e Thais Moura) haviam garantido suas vagas na seletiva brasileira. Na iminência do Pan, a CBTE escolheu usar a competição no Chile como critério de avaliação.

“A gente não estava sabendo que serviria como seletiva. Com certeza [poderia ter sido avisado antes da competição]. Isso foi um baque bem grande. O objetivo dessa prova era todo mundo se sair bem e conseguir o [direito ao] Bolsa-atleta [programa do governo com ajuda de custo a esportistas]. Não tinha esse ideia de competição”, disse Cibele Breide.

A atleta diz que não protestou ou contra-argumentou a decisão da CBTE na hora e nem pretende fazê-lo. Segundo Cibele, a atitude seria “desgastante” e “não resolveria em nada”. Ela diz, no entanto, que deve se distanciar do tiro esportivo. Além da vaga no Pan, ela perdeu também sua última chance de ir à Olimpíada de 2012, já que a competição no México seria a última seletiva.

“Não vou mais fazer disso a minha prioridade. Vou voltar à minha vida normal. Sou dentista, tenho um consultório, sou militar. Fiz tudo que eles foram me pedindo nos últimos dois anos, fiquei respirando tiro o tempo inteiro. Saí de Brasília, onde tenho meu marido e meu consultório, e passei a maior parte do tempo no Rio de Janeiro, sem moradia fixa, vivendo na casa dos outros”, conta Cibele.

Consultada pela reportagem, a CBTE não confirmou o erro e nem explicou porque não avisou as atletas que a competição no Chile serviria de seletiva antes da mesma. Ricardo Brenck, diretor técnico de carabina e pistola da confederação, apontado como quem poderia responder às dúvidas, está voltando do Chile e não pôde ser contatado.

Por: UOL.PAN 2011 – ÚLTIMAS NOTÍCIAS