Eduardo Ferreira
(ferreiraedu@terra.com.br)

TIRO RÁPIDO

1. CARACTERISTICAS DA PROVA

Uma das mais difíceis modalidades do Tiro Esportivo é sem dúvida o Tiro Rápido. Esta modalidade já sofreu inúmeras modificações nas regras durante o passar dos anos, fruto do avanço tecnológico do armamento utilizado e da evolução técnica do atirador. A prova alia grande concentração, rapidez, reflexo e uma técnica muito apurada do atirador, e por causa desses fatores ela é admirada pelos que assistem e acompanham o desempenho dos melhores atiradores do mundo.

A prova foi chamada inicialmente de silhuetas, depois de tiro rápido às silhuetas e finalmente tiro rápido, isto porque a ISSF resolveu eliminar as silhuetas humanas como alvos, sendo somente permitidos alvos circulares. Nos alvos eletrônicos os alvos visualmente não possuem zonas circulares, mas elas estão inseridas dentro do próprio sistema que fornece a localização exata do impacto e pontuação correta mostrada através de um visor.

Além do peso do gatilho que passou para 1.000 gramas, outra grande mudança ocorrida foi o calibre utilizado, onde inicialmente era utilizado o cal. 22 short e recentemente foi mudado para o cal. 22 long rifle. As dificuldades aumentaram para o atirador, o recuo e ângulo de salto da arma ficaram maior devido à mudança da munição mais forte. A série de quatro segundos tornou-se ainda mais importante para o sucesso de um bom resultado e exigiu maior adaptação técnica por parte do atirador.

Levantar a arma, com as miras corretamente alinhadas no centro do alvo, executar o primeiro tiro e cadenciar os quatro demais com a arma perfeitamente equilibrada não é uma tarefa fácil para qualquer um iniciante, ainda mais se considerarmos que o atirador terá que disparar os quatro tiros restantes em quase menos de dois segundos.

Algumas inovações também foram feitas nas empunhaduras das armas a fim de permitir mais estabilidade e equilíbrio da pistola, com ela permanecendo mais “apertada” dentro da mão do atirador. Quem assiste de fora, percebe a força que o atleta faz para encaixar a arma dentro da mão, parecendo que ela parte do braço do atirador.

A realização da prova em dois estágios, normalmente desenvolvida em dois dias, aumenta ainda mais a pressão sobre os atiradores. O número de participantes em copas mundiais nesta modalidade é bem inferior às demais provas. Razão pela qual, o Tiro Rápido é considerado o mais seleto e complexo em comparação com as demais modalidades.

2. A MODALIDADE NO BRASIL

Durante a sua longa história de competições, o Brasil sempre revelou excelentes atiradores de tiro rápido e que conquistaram importantes títulos internacionais para o nosso País. Esta tradição vem se mantendo e chega até os nossos dias através de atiradores como Júlio Almeida, Emerson Duarte, Fernando Cardoso e o Ricardo Miguel, este já aparecendo como uma grande promessa.

Eles são os continuadores dos grandes campeões do passado, como Adhaury Rocha, Paulo Bandeira, Pedro Simão, Silvino Ferreira, Pedro Simão, Benevenuto Tilli, Iain Ritchie, Durval Guimarães, Alfredo Lália e os juniores Iain Andrew Ritchie, Ricardo Brenck, Paulo Vieira Bandeira de Mello. Deixei para o final propositadamente o grande atirador paraense Delival da Fonseca Nobre, quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 1984, perdendo a medalha de bronze no desempate com o atirador finlandês Rauno Bies, obtendo 591 pontos.

Recentemente, na Copa Mundial de Munique, Emerson e Ricardo se destacaram alcançando as melhores colocações da equipe brasileira com resultados competitivos e com índices elevados.

 


1940 – PROVA DE SILHUETAS - FFC

 


1958 – CAMPEÕES CARIOCAS: EVANDRO – SILVINO – NOVAES –
TIRO RÁPIDO ÀS SILHUETAS - FLUMINENSE

 

 


TIRO RÁPIDO: RALF SCHUMANN – CAMPEÃO ALEMÃO

 

 


por Eduardo Ferreira
Recordista e campeão brasileiro de armas longas da CBTE e das Forças Armadas. Ex vice-presidente da CBTE e da federação do DF, ex presidente das federações do RJ e CE, e diretor das federações da PB e RS. Autor de "Arma Longa" e "História do Tiro"
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