Construção 
                do Estande de Tiro do Fluminense 
              
                No dia 03 de agosto de 1919, foi inaugurado nas dependências 
                do Fluminense Football Club, o estande de tiro do clube. Embora 
                fosse pequeno, era muito agradável. Possuía seis 
                “boxes” nas distâncias de 25 e 50 metros e foi 
                construído ao lado do atual ginásio de esporte. 
                Dr. Afrânio Costa, sócio ilustre do clube, usando 
                do seu incontestável prestígio junto ao Presidente 
                Arnaldo Guinle, convenceu a diretoria sobre a importância 
                da construção e esteve à frente das obras 
                durante todo tempo da construção.
                Os atiradores receberam com muita alegria o novo estande, localizado 
                no clube de maior projeção da época e em 
                local mais próximo para os treinamentos do que o Revólver 
                Club e o Estande Nacional. Para se ter uma idéia das dificuldades 
                de competir no Estande Nacional, o atirador tinha que sair de 
                madrugada de casa e pegar um trem conduzindo o seu armamento, 
                desembarcar na estação de Deodoro e pegar uma nova 
                condução para chegar ao estande na Vila Militar. 
                
              Assim, 
                o estande do Fluminense, situado no bairro nobre das Laranjeiras, 
                permitia um fácil acesso aos atiradores, que ainda poderiam 
                guardar o seu armamento nos armários do clube, após 
                os treinos e provas. E foi com essas características que 
                o Tiro Esportivo recebeu este novo impulso e começou a 
                crescer, culminando com a participação vitoriosa 
                da delegação brasileira nos Jogos Olímpicos 
                da Antuérpia.
              Sob 
                a orientação de seu diretor de tiro – Dr. 
                Afrânio e contando com a presença de todos os mestres 
                do Rio de Janeiro, foi realizado o concurso inaugural com muito 
                brilhantismo.
                “A prova do campeonato de revólver foi vencida pelo 
                atirador de 1ª classe – Alberto Braga Filho, que com 
                uma bala de handicap alcançou 239 pontos.
                O vencedor, filho do conhecido atirador Alberto David Pereira 
                Braga, campeão do Brasil quatro vezes, duas vezes no Revolver 
                Club figura de maior destaque na representação brasileira 
                no Campeonato Pan-Americano de Tiro de Guerra, realizado em 1910, 
                em Buenos Aires.
                Da prova de fuzil, cuja distância tornava difficil a precisão 
                da pontaria, foi vencedor o consagrado campeão Alberto 
                Navarro Meirelles do TG – 7.
                Fez-se o progresso rápido de muitos sócios do Fluminense 
                que com um treinamento mínimo alcançaram optimas 
                collocações nas provas, destacando-se os atletas 
                Raymundo Castro Maya, Fernando Machado e Carlos de Oliveira Junior”
              Esses 
                foram os principais resultados:
                a)Revolver 25 metros
              1º) 
                Alberto Braga Filho – 239 pontos
                2º) Alberto Pereira Braga – 226 pontos
                3º) Raymundo Castro Maya – 221 pontos
                4º) Hermann Schuback – 219 pontos
              b)Fuzil 
                Mauser – 50 metros
              1º) 
                Alberto Navarro Meirelles – 75 pontos
                2º) Oscar Ferreira de Carvalho – 71 pontos
                3º) Antônio Monteiro de Queiroz – 70 pontos
                4º) Heitor Vieira
              c)Prova 
                de armas reduzidas (carabina)
              1º) 
                Manoel Joaquim Ramos – 95 pontos
                2º) Alberto Meirelles – 89 pontos
                3º) José Joaquim Correia da Costa – 85 pontos
              Esses 
                dois novos estandes, Estande Nacional e do Fluminense, além 
                do Revólver Club, foram os alicerces do sucesso dos atiradores 
                brasileiro, sob a édige importante da Diretoria Geral dos 
                Tiros de Guerra.
                  
               
                 
              
              
                por Eduardo Ferreira
                Recordista e campeão brasileiro de armas longas da CBTE 
                e das Forças Armadas. Ex vice-presidente da CBTE e da federação 
                do DF, ex presidente das federações do RJ e CE, 
                e diretor das federações da PB e RS. Autor de "Arma 
                Longa" e "História do Tiro"
                ferreiraedu@terra.com.br