HÁ
100 ANOS ATRÁS...
O
TIRO ERA JÁ UM ESPORTE CONSAGRADO
Para
aqueles que não acreditam que o nosso esporte seja
muito conhecido e reconhecido internacionalmente,
observem os resultados coletados no ano 1912, quando
no Brasil, por intermédio da Confederação do Tiro
Brasileiro – CTB, foi organizado uma prova de fuzil
de guerra 300 metros no antigo Estande de Tiro do
Exército situado na Quinta da Boa Vista, em São
Cristóvão. O vencedor da prova foi o Tenente Flávio
Nascimento do Tiro de Guerra -7 (TG-7), pai do atirador
e campeão carioca Flávio do Nascimento. O estande
ainda foi utilizado até os anos de 1970, sendo desativado
devido ao crescimento da cidade do Rio de Janeiro.
A
par desse fato, pouco conhecido pelos nossos atiradores
no Brasil, pois muitos acreditam que o Tiro no Brasil
só tenha começado nos Jogos Olímpicos da Antuérpia,
vamos descobrir na nossa pesquisa em livro histórico
argentino, que o Brasil oito anos antes do notável
feito das primeiras medalhas olímpicas já participava
nacional internacionalmente de provas e obtinha
as primeiras medalhas, como a medalha de bronze
por equipe na Argentina.
Confirmando
a veracidade desse fato, naquele mesmo ano de 1912
a CTB enviou uma delegação brasileira à Argentina
para participar do I Concurso Internacional Pan-Americano
no estande do Tiro Federal de Buenos Aires. Do Livro
“Historia Del Tiro Federal Argentino de Buenos Aires”,
escrito por Oscar Vázquez Lucio, extraímos a seguinte
informação sobre aquele certame: “La confraternidad
americana tiene distintas manifestaciones y el Concurso
Panamericano de Tiro contribuye a refirmala: el
gran certamen a desarrollarse entre 16 y el 30 de
mayo de 1912 cuenta com la participación de Norte
América, uma delegación de Perú, compuesta de ocho
tiradores, delegaciones del Brasil y Uruguay, tiradores
de las ciudades chilenas de Valparaíso, Santiago
y Concepción, y de un grupo de tiradores de Bolívia”.
O
chefe da delegação do Brasil foi Procacio A. de
Ferraz e a nossa delegação foi representada pelos
seguintes atiradores: Alberto David Pereira Braga,
Fernando Soledade, Sebastião Wolf e Dario Barbosa,
conquistando a medalha de bronze, atrás da Argentina
e Chile e à frente dos norte-americanos que venceram
a prova de fuzil. Alguns desses atiradores brasileiros
iram brilhar mais adiante nos Jogos Olímpicos de
Antuérpia em 1920.
Paralelamente
a esses eventos ocorria o 16º Campeonato Mundial
de Tiro, realizado em Bayonne-Biarritz, na França
que teve os seguintes destaques:
1)
A prova de pistola livre foi vencida pelo
belga Paul Van Asbroek, com a espetacular marca
para a época de 540 pontos, seguido do francês Paul
Maujean com 535 pontos e o suíço Caspar Widmer com
527 pontos sendo campeã a equipe da Bélgica com
2570 pontos.
2)
Na prova de fuzil livre o campeão foi o
atirador suíço Conrad Staheli com 1078 pontos, seguido
do belga Paul Van Asbroek com 1038 e do suíço Marcel
Meyer de Stadelhofen com 1036 pontos, sendo a Suíça
a equipe vencedora com 5172 pontos.
OBS:
Era comum na época o atirador competir tanto na
arma curta como também na armas longa. O mesmo hábito
era visto também no Brasil.
3)
Na prova de fuzil militar (chamado de fuzil
de guerra no Brasil) o espanhol Julio Castro venceu
a prova com 506 pontos.
Completando o noticiário desportivo daquele ano,
ocorreu o V Jogos Olímpicos de Estocolmo.
Os principais resultados olímpicos foram:
1)
Na prova de carabina deitado – 20 tiros
o campeão foi o norte americano Frederick Hird com
194 pontos;
2)
Na prova de alvo móvel o vencedor foi o
sueco Whilem Carslberg com 242 pontos;
3)
Na prova de pistola livre o campeão foi
o norte-americano Alfred Lane com 499 pontos. Esse
mesmo atirador perderia a medalha de ouro nos Jogos
de Antuérpia de 1920 por dois pontos para Tenente
Guilherme Paraense;
4)
No tiro rápido, novamente o norte-americano
Alfred Lane obtém a medalha de ouro com 287 pontos;
5)
Na prova de fuzil livre o campeão foi o
francês Paul Colas com 987 pontos;
6)
A prova de fossa olímpica foi vencida pelo
norte-americano James Graham com 96 pratos; e
7)
Na prova de tiro ao cervo o vencedor foi
o veterano atirador sueco Alfred Swahn com 41 impactos.
1912
- Cartaz do I concurso Internacional
Pan-americano – Buenos Aires